Nos Dias de Hoje
Da perfeição do horror
Da dor do coração
Da ação do abstrato
A imagem do retrato
Da imperfeição do amor
Que se instala, emoção
O retrato está parado
Mas abstrato é o errado
Certo é sangrar
E o sábio, crucificar
Certo é sofrer
Sofrer sem saber...
terça-feira, 30 de dezembro de 2008
quinta-feira, 25 de dezembro de 2008
Arch Enemy - Nemesis
quinta-feira, 18 de dezembro de 2008
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
Poema: Olhos Cheios D'água de J.F.F.R.
Olhos Cheios D'Água
Sou o reflexo do espelho
Sou o espinho da rosa
Sou vento, o conselho
Sou a poesia e a prosa
O outono e a primavera
O inverno e o verão
Sou a poeira da estrada
Onde caminha a solidão
Nos campos sou o verde
No céu eu sou o azul
Da bomba sou o átomo
Que não se vê a olho nu
No ar sou gavião
Na terra sou serpente
Os olhos que se enchem d’água
Quando você está ausente
Sou a cura para sua dor
Sou a dor para seus pecados
Mas não vou ser a cor
Dos seus quadros mal pintados
Não vou ser seu animal
Não vou ser dominado
Criei o bem e você o mal
Sejas tu amaldiçoado
Fizeste do teu jeito
Uma terra sem semente
Sua constituição
Maltrata minha gente
Sua boca é profana
Sua mente é esquecida
Mas a minha gente não se engana
Pois a verdade é conhecida
Sou as estrelas
Sou o mais belo luar
Sou as formas geométricas
E o mais simples ato de amar
O mais escuro precipício
A mais real ilusão
Sua bomba é estalinho
Perante as batidas do meu coração
Sou simples e complicado
Como sua mente contraditória
Suas leis e seu legado
Não me apagarão da história
Criei-te para construir
Não para destruir
O que andas a fazer?
Pára para refletir?
Em minha casa me adora
E lá fora me esquece
Sou o crepúsculo e a aurora
Sou o fogo que te aquece
Mas posso ser sua ferida
Se assim preferir
Destrói a ti e a teu próximo
E tens coragem de sorrir
Quando chegar a hora
Você vai entender
Que tudo que eu fiz
Você não pode fazer
Perante mim tu és criança
Mas uma criança doente
Serei teus olhos cheios d’água
Quando eu estiver ausente..
Sou o reflexo do espelho
Sou o espinho da rosa
Sou vento, o conselho
Sou a poesia e a prosa
O outono e a primavera
O inverno e o verão
Sou a poeira da estrada
Onde caminha a solidão
Nos campos sou o verde
No céu eu sou o azul
Da bomba sou o átomo
Que não se vê a olho nu
No ar sou gavião
Na terra sou serpente
Os olhos que se enchem d’água
Quando você está ausente
Sou a cura para sua dor
Sou a dor para seus pecados
Mas não vou ser a cor
Dos seus quadros mal pintados
Não vou ser seu animal
Não vou ser dominado
Criei o bem e você o mal
Sejas tu amaldiçoado
Fizeste do teu jeito
Uma terra sem semente
Sua constituição
Maltrata minha gente
Sua boca é profana
Sua mente é esquecida
Mas a minha gente não se engana
Pois a verdade é conhecida
Sou as estrelas
Sou o mais belo luar
Sou as formas geométricas
E o mais simples ato de amar
O mais escuro precipício
A mais real ilusão
Sua bomba é estalinho
Perante as batidas do meu coração
Sou simples e complicado
Como sua mente contraditória
Suas leis e seu legado
Não me apagarão da história
Criei-te para construir
Não para destruir
O que andas a fazer?
Pára para refletir?
Em minha casa me adora
E lá fora me esquece
Sou o crepúsculo e a aurora
Sou o fogo que te aquece
Mas posso ser sua ferida
Se assim preferir
Destrói a ti e a teu próximo
E tens coragem de sorrir
Quando chegar a hora
Você vai entender
Que tudo que eu fiz
Você não pode fazer
Perante mim tu és criança
Mas uma criança doente
Serei teus olhos cheios d’água
Quando eu estiver ausente..
Kreator: Hordes of Chaos 2009 Download
sábado, 13 de dezembro de 2008
The Best Of W.A. Mozart Download

O Título já diz tudo!
Release info:
Artist: Mozart,Neville Marriner,Riccardo Muti,The Alban Berg Quartett, Anne-Sophie Mutter, Christian Zacharias, Patrizia Pace
Album : The Best of Mozart (1756 - 1791)
Label : Capitol
Original Release Date:February 15, 1991
Encoder: LAME 3.90.3
Bitrate: VBRkpbs
Mode: Joint-Stereo
Total Size: 84 Megabyte in 14 files
Quality: 160 Kbps
Ripped By: Romty
Track info:
01 - Serenade No. 13 in G major, K.525, ‘Eine kleine Nachtmusik’ - Allegro
02 - German Dance, K.605, No. 3, ‘Sleigh Ride’
03 - Symphony No. 25 in G minor, K.183 - Allegro
04 - String Quartet No. 17 in B flat major, K.584, ‘Hunt’ - Minueto
05 - Horn Concerto No. 3 in E flat major, K.447 - Allegro
06 - Symphony No. 40 in G minor, K.550 - Molto allegro
07 - Clarinet Concerto in A major, K.622 - Adagio
08 - Divertimento in D major, K.136 - Allegro
09 - Flute Concerto no. 1 in G major, K.313 - Rondo
10 - Piano Sonata No. 11 in A major, K.331 - Alla turca
11 - Oboe Quartet in F major, K.370 - Adagio
12 - Violin Concerto No. 3 in G major, K216 - Rondeau Allegro
13 - Piano Concerto No. 21 in C major, K.467 - Andante
14 - Symphony No. 41 in C major, K.551, ‘Jupiter’ - Menuetto Allegro
Creed: Human Clay Download
Poema: Ultrajante de J.F.F.R.
Ultrajante
Tenho a discreta sensação
De estar ultrajando
Em sã consciência diria que não
Mas o tempo vai passando...
Veres quem sou?
Insensato e inútil
Verás para onde vou...
No foz da vida fútil
Incomoda-te se eu me sentar?
Tomar uma dose
Antes de me “riscar”
E ao meu findo sorriso, goze?
Ora, ora... Ultrajante?
Barbarismo dos mares
Não é ultrajante?
Ou somente palavras nos ares?
Tenho a discreta sensação
De estar ultrajando
Em sã consciência diria que não
Mas o tempo vai passando...
Veres quem sou?
Insensato e inútil
Verás para onde vou...
No foz da vida fútil
Incomoda-te se eu me sentar?
Tomar uma dose
Antes de me “riscar”
E ao meu findo sorriso, goze?
Ora, ora... Ultrajante?
Barbarismo dos mares
Não é ultrajante?
Ou somente palavras nos ares?
Poema: Vamos Tocar a Ilusão de Lauro Fernandes Jr.
Vamos tocar a ilusão
Ilusão que não diz nada?
Somente mata?
Arrebata
Aqui estão seis bilhões de pessoas
Nem necessitava tanto
Desejei apenas um amigo
Porém possuo somente um sonho
E é este que nasceu,
Vive,
E morrerá comigo?
Desejo um amigo
Neste lugar vivem tantas pessoas
Que para o lado que se olhar
Mil homens, mil mulheres
Se pode encontrar
Não desejo tanto
Apenas uma mulher
Gostaria de amar
Estarei mesmo sozinho?
Ou em meio a tanta solidão,
Multipliquei-me
Companhia de mim mesmo
Mas, e quando eu partir?
Levarei comigo
As conversas, os sonhos e todos aqueles abraços?
Apenas ensaiados
Como em um teatro.
Sou o palco,
Os atores,
A platéia,
Os aplausos,
As lágrimas,
Silêncio.
Mas não enceno
Minha vida é uma só
Sem que erros sejam permitidos
Jamais permitiram-me
A cena voltar
E se permitido fosse, não voltaria
Pois sozinho dói
E cada passagem traz o nome, agonia.
Tento me comunicar
Mas não há nada além da solidão,
Para que ouça
O que sussurra meu coração
E se tiver,
Prazer, chamo-me doação!
Doou-te tudo
Pois de nada vale ter algo
Seja pouco ou muito
Se não houver ninguém para compartilhar
Um pouco de compaixão.
Quase amigos, escutem-me!
Sou eu, aquele que não deseja muito
Apenas o romper da noite
E o raiar do dia
Que traga, como traz o orvalho
Um ser amado
E em um abraço,uma outra vida
A quantos olhos que interrogam-se
Em meio aos espelhos?
Perguntando algo
Que os espelhos jamais responderão
Aqui me encontro, perdido,
Sem ter saído do mesmo lugar
Desejo apenas um ser para amar
Possuo tantas meigas palavras
Abraços retraídos
Mas parece que estou cercado
Por olhos, desejos retorcidos
Desejaria a companhia
Não necessariamente a de um ser humano
Pois como há homens que nada sentem
Há naturalmente animais que amam
E não mentem.
Ilusão que não diz nada?
Somente mata?
Arrebata
Aqui estão seis bilhões de pessoas
Nem necessitava tanto
Desejei apenas um amigo
Porém possuo somente um sonho
E é este que nasceu,
Vive,
E morrerá comigo?
Desejo um amigo
Neste lugar vivem tantas pessoas
Que para o lado que se olhar
Mil homens, mil mulheres
Se pode encontrar
Não desejo tanto
Apenas uma mulher
Gostaria de amar
Estarei mesmo sozinho?
Ou em meio a tanta solidão,
Multipliquei-me
Companhia de mim mesmo
Mas, e quando eu partir?
Levarei comigo
As conversas, os sonhos e todos aqueles abraços?
Apenas ensaiados
Como em um teatro.
Sou o palco,
Os atores,
A platéia,
Os aplausos,
As lágrimas,
Silêncio.
Mas não enceno
Minha vida é uma só
Sem que erros sejam permitidos
Jamais permitiram-me
A cena voltar
E se permitido fosse, não voltaria
Pois sozinho dói
E cada passagem traz o nome, agonia.
Tento me comunicar
Mas não há nada além da solidão,
Para que ouça
O que sussurra meu coração
E se tiver,
Prazer, chamo-me doação!
Doou-te tudo
Pois de nada vale ter algo
Seja pouco ou muito
Se não houver ninguém para compartilhar
Um pouco de compaixão.
Quase amigos, escutem-me!
Sou eu, aquele que não deseja muito
Apenas o romper da noite
E o raiar do dia
Que traga, como traz o orvalho
Um ser amado
E em um abraço,uma outra vida
A quantos olhos que interrogam-se
Em meio aos espelhos?
Perguntando algo
Que os espelhos jamais responderão
Aqui me encontro, perdido,
Sem ter saído do mesmo lugar
Desejo apenas um ser para amar
Possuo tantas meigas palavras
Abraços retraídos
Mas parece que estou cercado
Por olhos, desejos retorcidos
Desejaria a companhia
Não necessariamente a de um ser humano
Pois como há homens que nada sentem
Há naturalmente animais que amam
E não mentem.
Poema: Sob a Timidez da Lua de J.F.F.R.
Sob a Timidez da Lua
Numa noite em que a lua brilha
De fininho, por trás da cortina da janela,
Como uma donzela, me privando de sua pureza.
De repente, mais que instantaneamente
Afloram aos pensamentos loucos
Todo o preço da minha “necessidade” como “ser vivo”.
Como quem nada quer, mais implorando com o olhar
E aquela voz doce e os corpos bonitos
Até mesmo o valor da minha arte...
Neste quarto que já foi palco de cenas inolvidáveis
Como aquelas do cinema, do passeio após o cinema...
O amor sendo amado por ninguém, salvo atores de histórias de amor;
Onde o insano fez-se presente, esperneando
E questionando aos ouvidos tristes de agonia:
“Por que as coisas são assim? Por quê? Por quê?”
Cenas em que o beijo não foi doce, tampouco brando foi beijo,
Mas, ácidos corrosivos e amargos como o fio áspero da navalha
Navalha esta que pertence à foice do destino...
Choro agora as lágrimas das dúvidas, da insegurança;
Choro a água finda, o rio lamacento de ignorância;
E no mais comum quarto de residência;
Minha mente é jogada à folha de papel;
Fico a pensar numa razão para toda a falta da mesma, útil
E inútil esta que seria a razão dessas palavras?
Ou seria só poesia?
Não! Não é poesia!
Poesia não é insana, não é triste em preto e branco;
Isto meu amigo, chama-se realidade!
A mesma 24 horas por dia... O dia que anoitece...
A noite que gela com as lágrimas da lua...
Noite que magoa com a saudade na ausência da donzela!
Ah! Noite em que a lua brilha de fininho...
A mesma noite em que sou sincero por “trás da cortina”.
-“Eu sei de suas fantasias, e não me seduzes mais”.
Numa noite em que a lua brilha
De fininho, por trás da cortina da janela,
Como uma donzela, me privando de sua pureza.
De repente, mais que instantaneamente
Afloram aos pensamentos loucos
Todo o preço da minha “necessidade” como “ser vivo”.
Como quem nada quer, mais implorando com o olhar
E aquela voz doce e os corpos bonitos
Até mesmo o valor da minha arte...
Neste quarto que já foi palco de cenas inolvidáveis
Como aquelas do cinema, do passeio após o cinema...
O amor sendo amado por ninguém, salvo atores de histórias de amor;
Onde o insano fez-se presente, esperneando
E questionando aos ouvidos tristes de agonia:
“Por que as coisas são assim? Por quê? Por quê?”
Cenas em que o beijo não foi doce, tampouco brando foi beijo,
Mas, ácidos corrosivos e amargos como o fio áspero da navalha
Navalha esta que pertence à foice do destino...
Choro agora as lágrimas das dúvidas, da insegurança;
Choro a água finda, o rio lamacento de ignorância;
E no mais comum quarto de residência;
Minha mente é jogada à folha de papel;
Fico a pensar numa razão para toda a falta da mesma, útil
E inútil esta que seria a razão dessas palavras?
Ou seria só poesia?
Não! Não é poesia!
Poesia não é insana, não é triste em preto e branco;
Isto meu amigo, chama-se realidade!
A mesma 24 horas por dia... O dia que anoitece...
A noite que gela com as lágrimas da lua...
Noite que magoa com a saudade na ausência da donzela!
Ah! Noite em que a lua brilha de fininho...
A mesma noite em que sou sincero por “trás da cortina”.
-“Eu sei de suas fantasias, e não me seduzes mais”.
terça-feira, 9 de dezembro de 2008
Poema: Beethoven de Lauro Fernandes Jr.
Beethoven
Com os dedos se faz surgir à alma da lua
E em cada nota um sentimento
O amor à aflição que destoa
A síntese da tristeza
Em notas cravadas no peito
A esperança pela compreensão
O amor que pela noite é refeito
A sinfonia das vidas
Baseada na partitura da lua
Em cada noite um sonho
Um brilho que corrói as ruas
O som abstrato
É tocado
Passa a ser sentido
Preenche os olhos
Pelo seu encanto um coração é partido
Palavras somente não dizem nada?
Pois aqui estás
Mais uma lágrima
E ao fechar os olhos
As notas tomam os céus
Não há fronteiras
Agora ouço o pranto das estrelas
Há uma nova explosão
Surge então este universo
Aonde a luz que brilha
É regida pela vida
Somos agora uma só melodia
Que em silêncio
Ouve um sonho
Sendo realizado
Em uma melodia
Por tempos escrevi entre um feixe de luz
E agora a cada instante uma nota
Uma escala que resplandece
É intocável?
Não mais
Pois em cada sílaba
Uma nota jaz
Escrita tão simples
Sentimento incomum
Ao som do piano
Me sinto acompanhado
Por quem se foi
Não há mais tempo algum
E por infinitas vezes
O som se repete
Para que possamos entender
Que quem a alma da lua ouve
Jamais se esquece
Com os dedos se faz surgir à alma da lua
E em cada nota um sentimento
O amor à aflição que destoa
A síntese da tristeza
Em notas cravadas no peito
A esperança pela compreensão
O amor que pela noite é refeito
A sinfonia das vidas
Baseada na partitura da lua
Em cada noite um sonho
Um brilho que corrói as ruas
O som abstrato
É tocado
Passa a ser sentido
Preenche os olhos
Pelo seu encanto um coração é partido
Palavras somente não dizem nada?
Pois aqui estás
Mais uma lágrima
E ao fechar os olhos
As notas tomam os céus
Não há fronteiras
Agora ouço o pranto das estrelas
Há uma nova explosão
Surge então este universo
Aonde a luz que brilha
É regida pela vida
Somos agora uma só melodia
Que em silêncio
Ouve um sonho
Sendo realizado
Em uma melodia
Por tempos escrevi entre um feixe de luz
E agora a cada instante uma nota
Uma escala que resplandece
É intocável?
Não mais
Pois em cada sílaba
Uma nota jaz
Escrita tão simples
Sentimento incomum
Ao som do piano
Me sinto acompanhado
Por quem se foi
Não há mais tempo algum
E por infinitas vezes
O som se repete
Para que possamos entender
Que quem a alma da lua ouve
Jamais se esquece
Poema: Lembranças de Morrer de Álvares de Azevedo
LEMBRANÇAS DE MORRER
Quando em meu peito rebentar-se a fibra,
Que o espírito enlaça à dor vivente,
Não derramem por mim nem uma lágrima
Em pálpebra demente.
E nem desfolhem na matéria impura
A flor do vale que adormece ao vento:
Não quero que uma nota de alegria
Se cale por meu triste passamento.
Eu deixo a vida como deixa o tédio
Do deserto, o poento caminheiro
- Como as horas de um longo pesadelo
Que se desfaz ao dobre de um sineiro;
Como o desterro de minh'alma errante,
Onde o fogo insensato a consumia:
Só levo uma saudade - é desses tempos
Que amorosa ilusão embelecia.
Só levo uma saudade - é dessas sombras
Que eu sentia velar nas noites minhas ...
De ti, ó minha mãe! pobre coitada
Que por minha tristeza te definhas!
De meu pai... de meus únicos amigos,
Poucos - bem poucos - e que não zombavam
Quando, em noites de febre endoudecido,
Minhas pálidas crenças duvidavam.
Se uma lágrima as pálpebras me inunda,
Se um suspiro nos seios treme ainda,
É pela virgem que sonhei... que nunca
Aos lábios me encostou a face linda!
Só tu à mocidade sonhadora
Do pálido poeta destes flores...
Se viveu, foi por ti! e de esperança
De na vida gozar dos teus amores.
Beijarei a verdade santa e nua,
Verei cristalizar-se o sonho amigo ...
Ó minha virgem dos errantes sonhos,
Filha do céu, eu vou amar contigo!
Descansem o meu leito solitário
Na floresta dos homens esquecida,
À sombra de uma cruz, e escrevam nela:
Foi poeta - sonhou - e amou na vida.
Sombras do vale, noites da montanha
Que minha alma cantou e amava tanto,
Protegei o meu corpo abandonado,
E no silêncio derramai-lhe canto!
Mas quando preludia ave d'aurora
E quando à meia-noite o céu repousa,
Arvoredos do bosque, abri os ramos.
Deixai a lua pratear-me a lousa!
Álvares de Azevedo
Quando em meu peito rebentar-se a fibra,
Que o espírito enlaça à dor vivente,
Não derramem por mim nem uma lágrima
Em pálpebra demente.
E nem desfolhem na matéria impura
A flor do vale que adormece ao vento:
Não quero que uma nota de alegria
Se cale por meu triste passamento.
Eu deixo a vida como deixa o tédio
Do deserto, o poento caminheiro
- Como as horas de um longo pesadelo
Que se desfaz ao dobre de um sineiro;
Como o desterro de minh'alma errante,
Onde o fogo insensato a consumia:
Só levo uma saudade - é desses tempos
Que amorosa ilusão embelecia.
Só levo uma saudade - é dessas sombras
Que eu sentia velar nas noites minhas ...
De ti, ó minha mãe! pobre coitada
Que por minha tristeza te definhas!
De meu pai... de meus únicos amigos,
Poucos - bem poucos - e que não zombavam
Quando, em noites de febre endoudecido,
Minhas pálidas crenças duvidavam.
Se uma lágrima as pálpebras me inunda,
Se um suspiro nos seios treme ainda,
É pela virgem que sonhei... que nunca
Aos lábios me encostou a face linda!
Só tu à mocidade sonhadora
Do pálido poeta destes flores...
Se viveu, foi por ti! e de esperança
De na vida gozar dos teus amores.
Beijarei a verdade santa e nua,
Verei cristalizar-se o sonho amigo ...
Ó minha virgem dos errantes sonhos,
Filha do céu, eu vou amar contigo!
Descansem o meu leito solitário
Na floresta dos homens esquecida,
À sombra de uma cruz, e escrevam nela:
Foi poeta - sonhou - e amou na vida.
Sombras do vale, noites da montanha
Que minha alma cantou e amava tanto,
Protegei o meu corpo abandonado,
E no silêncio derramai-lhe canto!
Mas quando preludia ave d'aurora
E quando à meia-noite o céu repousa,
Arvoredos do bosque, abri os ramos.
Deixai a lua pratear-me a lousa!
Álvares de Azevedo
Poema: A Sociedade de Carlos Drummond de Andrade
Sociedade
O homem disse para o amigo:
– Breve irei a tua casa
e levarei minha mulher.
O amigo enfeitou a casa
e quando o homem chegou com a mulher,
soltou uma dúzia de foguetes.
O homem comeu e bebeu.
A mulher bebeu e cantou.
Os dois dançaram.
O amigo estava muito satisfeito.
Quando foi hora de sair,
o amigo disse para o homem:
– Breve irei a tua casa.
E apertou a mão dos dois.
No caminho o homem resmunga:
– Ora essa, era o que faltava.
E a mulher ajunta: – Que idiota.
– A casa é um ninho de pulgas.
– Reparaste o bife queimado?
O piano ruim e a comida pouca.
E todas as quintas-feiras
eles voltam à casa do amigo
que ainda não pôde retribuir a visita.
Carlos Drummond de Andrade © Graña Drummond
O homem disse para o amigo:
– Breve irei a tua casa
e levarei minha mulher.
O amigo enfeitou a casa
e quando o homem chegou com a mulher,
soltou uma dúzia de foguetes.
O homem comeu e bebeu.
A mulher bebeu e cantou.
Os dois dançaram.
O amigo estava muito satisfeito.
Quando foi hora de sair,
o amigo disse para o homem:
– Breve irei a tua casa.
E apertou a mão dos dois.
No caminho o homem resmunga:
– Ora essa, era o que faltava.
E a mulher ajunta: – Que idiota.
– A casa é um ninho de pulgas.
– Reparaste o bife queimado?
O piano ruim e a comida pouca.
E todas as quintas-feiras
eles voltam à casa do amigo
que ainda não pôde retribuir a visita.
Carlos Drummond de Andrade © Graña Drummond
Poema: Também já fui Brasileiro de Carlos Drummond de Andrade
Também já fui brasileiro
Eu também já fui brasileiro
moreno como vocês.
Ponteei viola, guiei forde
e aprendi na mesa dos bares
que o nacionalismo é uma virtude.
Mas há uma hora em que os bares se fecham
e todas as virtudes se negam.
Eu também já fui poeta.
Bastava olhar para mulher,
pensava logo nas estrelas
e outros substantivos celestes.
Mas eram tantas, o céu tamanho,
minha poesia perturbou-se.
Eu também já tive meu ritmo.
Fazia isso, dizia aquilo.
E meus amigos me queriam,
meus inimigos me odiavam.
Eu irônico deslizava
satisfeito de ter meu ritmo.
Mas acabei confundindo tudo.
Hoje não deslizo mais não,
não sou irônico mais não,
não tenho ritmo mais não.
Carlos Drummond de Andrade © Graña Drummond
Eu também já fui brasileiro
moreno como vocês.
Ponteei viola, guiei forde
e aprendi na mesa dos bares
que o nacionalismo é uma virtude.
Mas há uma hora em que os bares se fecham
e todas as virtudes se negam.
Eu também já fui poeta.
Bastava olhar para mulher,
pensava logo nas estrelas
e outros substantivos celestes.
Mas eram tantas, o céu tamanho,
minha poesia perturbou-se.
Eu também já tive meu ritmo.
Fazia isso, dizia aquilo.
E meus amigos me queriam,
meus inimigos me odiavam.
Eu irônico deslizava
satisfeito de ter meu ritmo.
Mas acabei confundindo tudo.
Hoje não deslizo mais não,
não sou irônico mais não,
não tenho ritmo mais não.
Carlos Drummond de Andrade © Graña Drummond
Poema: Sentimento do Mundo de Carlos Drummond de Andrade
Sentimento do mundo
Tenho apenas duas mãos
e o sentimento do mundo,
mas estou cheio de escravos,
minhas lembranças escorrem
e o corpo transige
na confluência do amor.
Quando me levantar, o céu
estará morto e saqueado,
eu mesmo estarei morto,
morto meu desejo, morto
o pântano sem acordes.
Os camaradas não disseram
que havia uma guerra
e era necessário
trazer fogo e alimento.
Sinto-me disperso,
anterior a fronteiras,
humildemente vos peço
que me perdoeis.
Quando os corpos passarem,
eu ficarei sozinho
desfiando a recordação
do sineiro, da viúva e do microscopista
que habitavam a barraca
e não foram encontrados
ao amanhecer
esse amanhecer
mais noite que a noite.
Carlos Drummond de Andrade © Graña Drummond
Tenho apenas duas mãos
e o sentimento do mundo,
mas estou cheio de escravos,
minhas lembranças escorrem
e o corpo transige
na confluência do amor.
Quando me levantar, o céu
estará morto e saqueado,
eu mesmo estarei morto,
morto meu desejo, morto
o pântano sem acordes.
Os camaradas não disseram
que havia uma guerra
e era necessário
trazer fogo e alimento.
Sinto-me disperso,
anterior a fronteiras,
humildemente vos peço
que me perdoeis.
Quando os corpos passarem,
eu ficarei sozinho
desfiando a recordação
do sineiro, da viúva e do microscopista
que habitavam a barraca
e não foram encontrados
ao amanhecer
esse amanhecer
mais noite que a noite.
Carlos Drummond de Andrade © Graña Drummond
Banda Avódapunk

Salve headbanger's!
Inaugurando aqui o nosso espaço para o rock
a banda Avódapunk, de curitiba!
Punk Consciente!
Júlio: Baixo e Vocal
Johnny: Guitarra e Vocal
Maiky: Bateria
Bandas de Garagem:
http://www.bandasdegaragem.com.br/avodapunk
Cifraclub PalcoMP3:
http://palcomp3.cifraclub.terra.com.br/avodapunk
My Space:
http://www.myspace.com/avodapunk
Orkut da banda:
http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=39887648
segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
Assinar:
Postagens (Atom)